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“Soluções de base natural” é o tema desta sessão que acontece no dia 20 de julho, às 18h00, no Porto Innovation Hub. Iremos estar à conversa com:

  • Nuno Oliveira, CEO & Managing Partner da NBI – Natural Business Intelligence;
  • Cristina Calheiros, Vice-Presidente da Associação Nacional de Coberturas Verdes;
  • José Lameiras, Professor Auxiliar na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto;
  • Moderador: Pedro Pombeiro, Diretor do Departamento de Planeamento e Gestão Ambiental da Câmara Municipal do Porto.


O Porto, tal como a maioria das suas cidades congéneres europeias, terá que adaptar a curto prazo a sua população, o parque habitacional, as infraestruturas, e a atividade comercial a enfrentar temperaturas extremas, a que vão acrescer episódios de precipitação em períodos cada vez mais curtos, mas torrenciais, com elevada pressão na rede de abastecimento e drenagem e elevado risco de inundações urbanas.

Numa sociedade que se presume estar ambientalmente mais consciente, mas onde viver dentro dos limites planetários se torna cada vez mais exigente e improvável, aprender os processos e sistemas encontrados na Natureza e aplicá-los a conceitos e infraestruturas humanas é uma abordagem inovadora e necessária para resolver as disfunções ambientais e tornar a vivência nas cidades mais sustentável. Em bom rigor, a Natureza já resolveu muitos dos problemas que a sociedade humana agora enfrenta.

As soluções baseadas na natureza têm emergido como uma inspiração promissora para alguns dos maiores desafios ambientais. Um pouco por toda a Europa, podemos testemunhar uma crescente expansão e adoção deste tipo de soluções com o objetivo de promover a sustentabilidade, salvaguardar ecossistemas e promover uma maior adaptação dos territórios às alterações climáticas. 

A cidade do Porto vem procurando inspirar-se na Natureza, materializando esta tendência com iniciativas concretas: Os “Parques-esponja”, como a Asprela ou, brevemente, o da Alameda de Cartes são bons exemplos, tendo sido dimensionados para que, em períodos de chuvas muito intensas, possam transformar-se em grandes bacias de retenção, com capacidade de acolher elevados caudais, evitando inundações e salvaguardando a infraestrutura de águas pluviais. 

Outra implementação notável das soluções de base natural é a utilização de vegetação na cobertura ou fachadas de edifícios.  O Terminal Intermodal de Campanhã é um exemplo recente dessa utilização, ao qual se somam muitos outros em edifícios públicos e privados da cidade, como na Praça de Lisboa, na Estação da Trindade, na sede das empresas municipais Porto Ambiente e GO Porto, ou mais recentemente, a Escola Básica do Falcão.

A estas abordagens, poderíamos ainda acrescentar a estratégia de expansão da rede de hortas municipais e a expansão de floresta nativa através da “Rede de BioSpots” nos nós da VCI, o “Porto BioLab” na Antiga Quinta de Salgueiros ou a oferta de árvores aos cidadãos e organizações através da iniciativa “Se tem um Jardim, temos uma árvore para si”. Todas estas intervenções têm o denominador comum de procurar promover múltiplos benefícios ambientais, entre os quais a mitigação do efeito de ilha de calor urbano, a eficiência energética, a melhoria da qualidade do ar ou promoção do ciclo urbano da água

Nesta sessão vamos aprofundar as mais-valias da utilização destas soluções e a utilidade da sua massificação, bem como explorar alguns dos exemplos bem-sucedidos na cidade do Porto.