Fórum conduz promessas da mobilidade urbana para ações “à prova de futuro”

02/06/2023

Alguns dos mais altos responsáveis pela mobilidade das várias cidades que compõem a rede Eurocities participam, até sexta-feira, no Fórum da Mobilidade, no Porto. Entre debates, workshops e apresentações, os trabalhos desenrolam-se sob o tema da “Mobilidade Urbana à prova de futuro”, com vista a “transformar promessas em ações para preencher a lacuna entre o agora e o futuro”.

“O que estamos a discutir hoje não é muito diferente do que os nossos antecessores discutiram. A única diferença é que estamos numa situação de emergência”, considerou Rui Moreira, no início dos trabalhos, esta quarta-feira, no Museu do Carro Elétrico, crente de que “sonhar o futuro faz-nos, necessariamente, voltar atrás”.

O presidente da Câmara do Porto considera que o foco é, sempre, a “sustentabilidade social”, algo onde o transporte público e “uma mobilidade justa” têm papéis decisivos.

Trazendo ao fórum o exemplo do Pacto do Porto para o Clima e o objetivo de atingir a neutralidade carbónica em 2030, Rui Moreira reforçou que “se não olharmos para os transportes, para a mobilidade, como o alvo principal da sustentabilidade, não alcançaremos essa neutralidade”.

“Temos um grande problema nas metrópoles europeias, que nos devia obrigar a assumir que, sim, queremos sustentabilidade no transporte público, na mobilidade, mas não é apenas devido ao ambiente, à poluição. É também pela sociedade”, considera o autarca, lembrando o tempo e o dinheiro gastos, diariamente, em deslocações pelas famílias com menos rendimentos.

Assumindo como o Município do Porto está “muito comprometido com as novas opções no que diz respeito ao transporte público”, Rui Moreira sublinhou que “os modos suaves vão continuar a ser um dos nossos sonhos”.

“Queremos que a cidade seja confortável e interessante, que as pessoas possam passear, usar a bicicleta. Queremos mudar a cidade para que as pessoas não tenham que percorrer grandes distâncias”, afirmou o presidente da Câmara, certo, contudo, de que, para isso, “temos que fazer as coisas de forma diferente”.

E, no fazer diferente, estão as novas linhas de metro que estão a ser construídas, a mudança para o hidrogénio e o modo elétrico nos autocarros da STCP.

Ao longo da tarde, o Fórum da Mobilidade da Eurocities promoveu o diálogo e a troca de experiências. O vice-presidente da Câmara do Porto e também presidente do Fórum de Ambiente da rede, Filipe Araújo, participou no debate sobre “Soluções de zero emissão e resiliência climática para nós urbanos”.

O painel, formado, também, pelo vice-presidente da capital sueca, Estocolmo, Lars Strömgren, pela vereadora da Mobilidade da região holandesa de Twente, Hanneke Steen, e pelo vice-presidente de Colónia, na Alemanha, Andreas Wolter, irá olhar para o papel das cidades na promoção da descarbonização dos transportes públicos e dos veículos pesados, bem como outras medidas que contribuam para alcançar os objetivos climáticos da Europa.

Num segundo momento, o Fórum da Mobilidade vai debruçar-se sobre “A revolução multimodal com o transporte público no centro”. O painel conta com a participação do vereador do Urbanismo e Espaço Público, Pedro Baganha, do vice-presidente de Estrasburgo, em França, Alain Jund, da diretora de Infraestruturas de Planeamento e Mobilidade da capital espanhola, Madrid, Lola Ortiz, e da responsável de Política e Estratégia de Desenvolvimento de Transportes da cidade de Brno, na República Checa, Iva Rorečková.