Ano letivo da sustentabilidade conta com o maior dos educadores: a própria natureza
10/09/2024
Estão quase a começar as aulas e uma das lições mais importantes – a da ação para a sustentabilidade – volta a acontecer na grande sala de aula que é a natureza. Ultrapassando os muros da teoria, cerca de quatro dezenas de atividades vão levar crianças e jovens a, mais do que conhecer, agir sobre o meio ambiente, chamando-os a “construir a cidade sustentável que queremos de futuro”. As inscrições abrem no dia 11 de setembro.
“Todos nós acreditamos no poder de educar e no poder transformador que tem a educação nas nossas crianças e jovens. Queremos educar para a natureza, na natureza”, vincou o vice-presidente da Câmara, na sessão de apresentação do Plano Integrado de Educação-Ação para a Sustentabilidade 2024/2025, na Escola Básica e Secundária Fontes Pereira de Melo.
Certo de que “há, hoje, uma maior perceção do que é a necessidade da educação para a sustentabilidade”, Filipe Araújo considera, no entanto, que ainda existe “um défice de natureza” e que é necessário “estimular as crianças e os jovens para as atividades no meio ambiente”.
“Têm que ser as cidades a assumir o impacto que têm no ambiente e a resolvê-lo. E esses desafios exigem conhecimento e ação”, sublinha, considerando que a “urgência” a que assistimos “precisa do efeito absolutamente multiplicador das crianças e jovens”.
“Eles são responsáveis por construir a cidade sustentável que queremos de futuro”, reforçou o vice-presidente, perante uma plateia constituída por representantes dos vários estabelecimentos de ensino da cidade.
O responsável pelo Ambiente e Transição Climática mostra-se ciente de que estes temas, e a responsabilidade que é incutida aos jovens, podem espoletar grande ansiedade. Por isso, partilhou a esperança de que “estes programas ajudem a tirar-lhes essa ansiedade, que os ajudem a ver o que podem fazer, como podem influenciar, como vão tornar o mundo melhor, a cidade do Porto mais sustentável”.
Com atividades para os vários níveis de ensino, o Plano de Educação-Ação para a Sustentabilidade procura contribuir para a literacia ambiental, aquisição de novas competências e o saber fazer, bem como a aprendizagem com e na natureza.
40 atividades e mais parceiros
Ao longo do ano letivo, as crianças e jovens arregaçam as mangas para assumir a ação nas áreas da agricultura biológica e alimentação saudável, alterações climáticas e energia, energia circular e gestão de resíduos, biodiversidade e natureza, água, ribeiras e praias, bem-estar animal, além de outras áreas transversais.
Destaque, este ano, para atividades como o “Adapta-te!”, “À Velocidade do sol” e “R’Circular”, o projeto “Observa!”, “Matemática na Natureza” e ainda o “Mais Hortas” e o “CROA vai às Escolas”.
As ações são promovidas, maioritariamente, pelos Centros de Educação para a Sustentabilidade (CE.ES) do Porto, pelo Centro de Recolha Oficial de Animais (CROA), pela Agência de Energia do Porto e pelas empresas municipais Águas e Energia do Porto – Pavilhão da Água e Porto Ambiente.
Esta edição apresenta, também, propostas de novos parceiros: o Centro Regional de Excelência em Educação para o Desenvolvimento Sustentável da Área Metropolitana do Porto – CRE.Porto, a Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico do Porto (ESSIPP) e a Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto (ESEIPP).
Numa parceria com o CEIIA, a Porto Digital promove o “Be. Neutral”, que recorre ao uso de novas tecnologias para contabilizar a pegada carbónica das deslocações.
Dirigem-se a alunos do pré-escolar, dos três ciclos do ensino básico, do secundário e do ensino profissional da rede pública e da rede de ensino particular e cooperativo, ou de instituições particulares de solidariedade social ou sem fins lucrativos do Porto, que prossigam atividades no domínio da educação e do ensino.
Além do apoio municipal na taxa de inscrição, que será atribuído a 50 Eco-Escolas, estes estabelecimentos terão prioridade no acesso às atividades de Ecotrilhos, Praia sem Plásticos e Ação pelos Rios.