Porto na linha da frente da sustentabilidade e boas práticas ambientais

24/10/2024

Decorreu, no passado dia 14 de outubro, o primeiro “Roteiro com ImPacto”, uma iniciativa criada no âmbito do Pacto do Porto para o Clima, com o objetivo de aproximar os munícipes das ações concretas que estão a ser desenvolvidas para a construção de uma cidade mais sustentável e resiliente às alterações climáticas.

O vice-presidente da Câmara do Porto, Filipe Araújo, deu início ao evento, reforçando a importância do envolvimento ativo da população na transição climática e destacando as várias iniciativas em curso na cidade que visam a neutralidade carbónica, o desenvolvimento sustentável e a importância do envolvimento e compromisso dos stakeholders da cidade.

O primeiro roteiro, que começou no Parque Central da Asprela, contou com a presença do arquiteto José Lameiras, que deu a conhecer a forma como este parque foi cuidadosamente desenhado e as soluções de base natural implementadas no local. O especialista explicou como o parque retém a água proveniente de chuvas intensas e das ribeiras, promovendo a infiltração no solo e a recarga de aquíferos, beneficiando a população local, incluindo as várias a comunidade académica e as instituições de saúda da zona.

Como parque de proximidade, o Parque Central da Asprela é um ponto de encontro para atividades desportivas e de lazer ao ar livre, promovendo uma vida mais saudável e ativa para todos os que o frequentam.

O arquiteto José Lameiras destacou ainda a importância de a população continuar a desenhar espaços que, de forma controlada, permitam a recarga dos aquíferos, precavendo situações extremas que se preveem cada vez mais frequentes.

Comunidade de energia

O segundo ponto do percurso levou os participantes à comunidade energética da Agra do Amial, onde representantes da Agência de Energia do Porto (AdEPorto) partilharam informações sobre o funcionamento da comunidade de energia renovável.

Esta comunidade de energia, que liga mais de 180 famílias, tem já uma capacidade de produção de energia superior à necessidade de consumo em alguns períodos, pelo que os seus excedentes são armazenados em sistemas que reutilizam baterias provenientes da indústria automóvel.

A AdEPorto destacou ainda o contributo deste projeto no combate à pobreza energética através da capacitação dos moradores e redução dos seus consumos e valores de energia faturados.

No último ponto do roteiro, a LIPOR apresentou o conceito e a dinâmica da ilha de compostagem comunitária da Praça do Cávado. Este espaço permite que os habitantes da área envolvente tenham acesso a compostagem comunitária de resíduos orgânicos, transformando-os em recursos para a comunidade, e promovendo uma economia circular.

Neste projeto, que resulta de uma parceria entre a LIPOR e a Porto Ambiente, há o acompanhamento de um mestre de compostagem que esclarece as dúvidas da comunidade, acompanha o processo e garante o seu correto funcionamento. Esta é uma das várias formas de implementação do projeto orgânico na cidade, através de um tratamento local focado numa comunidade envolvida e presente.

Com inscrições gratuitas, aqui, a primeira edição dos “Roteiros com ImPacto” prevê ainda mais quatro percursos focados em projetos emblemáticos no âmbito da sustentabilidade e resiliência climática.

Próximos Roteiros:

  • Roteiro 2
    29 de outubro: 10h30 – 12h30 – ETAR do Freixo e Parque Oriental;
  • Roteiro 3
    8 de novembro: 15 – 17 horas – Estádio do Dragão e Parque de São Roque;
  • Roteiro 4
    21 de novembro: 10h30 – 12h30 – Escola do Falcão, Horta da Oliveira e Parque Alameda de Cartes;
  • Roteiro 5
    29 de novembro: 15 – 17 horas – Terminal Intermodal de Campanhã e Campus de Águas e Energia do Porto.


Esta iniciativa é uma das várias existentes no âmbito do Pacto do Porto para o Clima, que, desde a sua apresentação, em setembro de 2022, conta com o Alto Patrocínio da Presidência da República e mais de 265 subscritores institucionais e 1300 subscritores individuais.

A Comissão Europeia reconheceu, recentemente, os esforços da cidade, atribuindo ao Porto o Selo de Missão, no âmbito da Missão da União Europeia para Cidades Inteligentes e Climaticamente Neutras.