Roteiro 2: ETAR do Freixo e Parque Oriental

29/10/2024

Depois de passar pelo Parque Central da Asprela, pela Comunidade de Energia de Agra do Amial e pela Ilha de Compostagem Comunitária, o segundo Roteiro com ImPacto comprovou a resiliência da cidade em zonas verdes como o Parque Oriental e, seguindo o curso do rio Tinto, nas águas limpas e reutilizadas a partir da ETAR do Freixo.

O Parque Oriental, uma das maiores áreas verdes daquela zona da cidade, foi projetado para integrar e valorizar a natureza em pleno contexto urbano. Inaugurado em 2010 e expandido em 2019, o parque cresceu para abranger uma área de 18 hectares, mais do dobro de sua dimensão inicial. É um espaço onde a paisagem natural se encontra com infraestruturas de lazer que incluem trilhos pedonais, ciclovias e áreas de repouso.

Neste ambiente, espécies nativas como o pinheiro-bravo, o sobreiro e o carvalho alvarinho proporcionam um habitat vital para a preservação da biodiversidade. O Parque Oriental apresenta uma ampla diversidade de árvores de grande porte, cuja presença é fundamental para o equilíbrio ecológico do espaço urbano. Estas árvores contribuem não só para o embelezamento do parque, mas também para a regulação da temperatura, fornecendo sombra e um refúgio natural em dias de calor intenso. Paralelamente, ajudam a reduzir a pegada de carbono através do seu sequestro, proporcionam serviços de ecossistema no apoio à gestão de água e são abrigo para inúmeras espécies polinizadoras, reforçando o compromisso do parque com a biodiversidade e com a qualidade de vida no Porto.

À semelhança do Parque Central da Asprela, o Parque Oriental também incorpora soluções de base natural, como charcas para retenção de água, que controlam os fluxos hídricos extremos retendo as águas pluviais e promovendo a sua infiltração no solo.

José Franco, chefe da divisão de Espaços Verdes da Câmara do Porto, que guiou esta visita, reforçou a importância das equipas que, diariamente, asseguram a limpeza e manutenção do espaço, garantindo que o parque seja um lugar de descanso, contacto com a natureza e educação ambiental.

Rios e Ribeiras do Porto: Preservação e Revitalização das Linhas de Água

A gestão das linhas de água no Porto é um elemento central na política de sustentabilidade da cidade. O rio Tinto, que atravessa o Parque Oriental, é um exemplo das estratégias adotadas: com a despoluição, o curso de água foi revitalizado e agora faz parte da paisagem do parque. A cidade tem como meta despoluir, desentubar e reabilitar as suas ribeiras, garantindo que as linhas de água deixam de estar ocultas e sujeitas a contaminações e passam a fazer parte dos espaços públicos, promovendo uma ligação mais próxima com os habitantes e maior monitorização.

A presença dos guarda-rios no parque, uma profissão reativada pelo município em 2017, reforça a vigilância e preservação destes cursos de água. Estes profissionais têm sido essenciais na manutenção das margens e na preservação dos rios, para além de monitorizarem ligações indevidas e descargas ilegais que possam poluir as linhas de água. Joana Teixeira, da Águas e Energia do Porto, destacou a importância destes “guardiões do rio” na salvaguarda dos recursos hídricos, aliada à estratégia que pretende tornar o Porto mais permeável e resiliente.

ETAR do Freixo: Inovação e Sustentabilidade no Tratamento de Águas

Igualmente estratégica, a ETAR do Freixo garante o tratamento de águas residuais com tecnologias inovadoras e práticas de economia circular. A infraestrutura, que tem capacidade de servir cerca de 170 mil habitantes, conta com três linhas principais: linha líquida, linha de lamas e linha de desodorização. Na linha de lamas, o biogás gerado é utilizado como fonte de energia renovável, complementado pela instalação de 242 painéis solares, produzindo energia limpa para redução da pegada de carbono e articulando-se para o objetivo de tornar as ETAR da cidade mais eficientes energeticamente.

Cecília Santos, da Águas e Energia do Porto, apresentou ainda o projeto Água para Reutilização (ApR), que permite à ETAR produzir, diariamente, mil metros cúbicos de água de classe A para uso na limpeza urbana e potencialmente na rega de jardins, reduzindo o consumo de água potável. Este projeto evidencia o compromisso com práticas sustentáveis e a adaptação às alterações climáticas, gerando impactos positivos na economia de recursos e na gestão eficiente da água na cidade.

Monofolha:

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Fotografias: