Roteiro 4: Escola do Falcão, Horta da Oliveira e Parque Alameda de Cartes
21/11/2024
Os “Roteiros com ImPacto” seguiram nova viagem na zona oriental da cidade, desta vez desde a Escola Básica do Falcão até ao Parque da Alameda de Cartes. Este foi o quarto encontro da iniciativa que visa aproximar a população das iniciativas implementadas pelo Município e pelos seus parceiros rumo à neutralidade carbónica até 2030.
Presente no arranque do roteiro, o vice-presidente da Câmara destacou o investimento “numa cidade estratégica, do ponto de vista ambiental e social, com a aposta na adoção de novas soluções tecnológicas e na criação de espaços verdes”. “A resposta aos desafios às alterações climáticas é imprescindível, e este roteiro é um exemplo de como podemos tornar o Porto numa cidade mais consciente e mais resiliente”, sublinha Filipe Araújo.
Helena Ribeiro, professora na Escola do Falcão, destacou a requalificação recente do espaço, com a inclusão de coberturas verdes, e explicou a importância da obra, enfatizando a sua mais-valia na regulação térmica interior. A docente mencionou, também, o envolvimento da escola no projeto do Parque da Alameda de Cartes, através do programa “A Nossa Escola é Verde”, no qual as crianças participam ativamente medindo o impacto das soluções implementadas.
Coube ao vice-presidente a apresentação dos ecrãs didáticos onde são exibidos conteúdos como o consumo energético da escola. Através de conceitos que sejam familiares às crianças, ali os alunos ficam a perceber os consumos reais, os rankings que incluem outras escolas e recebem dicas de poupança energética, reforçando o caráter pedagógico do projeto.
Guiados por Ana Chaves, do Departamento Municipal de Planeamento e Gestão Ambiental, os participantes tiveram oportunidade de visitar as coberturas verdes, exemplo de soluções baseadas na natureza e que pretendem apoiar na resposta a eventos climáticos extremos, como calor excessivo e chuvas intensas, reduzindo o risco de inundações e promovendo a eficiência térmica.
Outro destaque foi o projeto “Bio Solar Roof”, que combina painéis fotovoltaicos com vegetação. Através do arrefecimento promovido pela evapotranspiração das plantas, a solução permite uma maior eficiência. A energia excedente produzida é integrada na rede elétrica, demonstrando o compromisso com a autossuficiência energética.
A Escola do Falcão promove, ainda, um programa educativo no âmbito destes projetos, adaptado aos currículos dos alunos e que inclui a biodiversidade. As crianças têm aulas práticas com maquetes e algumas simulações e aprofundam o conhecimento sobre o ecossistema com exemplos reais que encontram na escola, mas também nas imediações.
Horta da Oliveira: da agricultura biológica à integração social
A visita à Horta da Oliveira foi orientada por Pedro Medeiros, da Divisão Municipal de Estrutura Verde. O espaço faz parte do projeto intermunicipal “Horta à Porta”, desenvolvido pela Câmara do Porto em parceria com a LIPOR, e integra a estratégia de promoção da agricultura urbana e biológica, aliando benefícios ambientais, sociais e económicos.
Cada talhão é atribuído a uma pessoa/família e todos os utilizadores possuem um compostor associado, que evita o uso de fertilizantes sintéticos. Em média, cada família produz 500 kg de composto orgânico anualmente, atribuindo uma perspetiva de circularidade à horta. O espaço inclui, ainda, uma charca que recolhe as águas pluviais captadas pela Escola Básica do Falcão, potenciando a retenção hídrica e a biodiversidade local.
A Horta da Oliveira vai além da produção agrícola. Com uma forte componente comunitária, incentiva à partilha de boas práticas, troca de plantas e sementes e a realização de convívios sociais. Esta interação reforça o impacto social do projeto, promovendo o espírito de comunidade e inclusão, nomeadamente através do envolvimento das crianças da escola.
Os participantes têm acesso a cursos de agricultura biológica, abordando técnicas como a compostagem, o uso sustentável da água e a conservação do solo. Esta é a maior horta urbana da cidade e reforça a popularidade do projeto.
Parque da Alameda de Cartes: uma interface na mobilidade urbana da zona oriental
A visita ao Parque da Alameda de Cartes, guiada pelo arquiteto José Lameiras, revelou a transformação de um espaço degradado num exemplo de inovação e sustentabilidade. Com cerca de 40 mil metros quadrados, o parque estabelece uma ligação segura e suave entre três agrupamentos habitacionais e serviços, promovendo a integração urbana.
Este espaço destaca-se pela implementação de soluções de drenagem das águas pluviais, pelo uso de prados de sequeiro que dispensam rega e pelos sistemas naturais de retenção de água que asseguram a infiltração e redistribuição controlada de água, garantindo a recarga dos aquíferos e prevenindo inundações.
Foram plantadas cerca de mil árvores autóctones, como choupos, pinheiros e carvalhos, substituindo espécies invasoras e reforçando o sequestro de carbono e o terreno, antes baldio, foi revitalizado para se tornar um corredor verde contínuo e acessível. Os percursos garantem a acessibilidade a pessoas com mobilidade reduzida.
O Parque da Alameda de Cartes destaca-se, ainda, pela preservação de elementos históricos como o caminho da Ramada, um tanque de retenção, uma fonte do século XIX e algumas ruínas que fizeram parte da antiga Quinta do Falcão. Este é um espaço de referência que reforça o compromisso da cidade com um futuro mais verde, inclusivo e resiliente, consolidando a ligação entre a natureza, a comunidade e a história.
Monofolha:
O download da monofolha pode ser feito aqui.